Vivi, com entusiasmo e esperança - embora com a natural preocupação pelas medidas intoleráveis, que o Estado, fascizante, desencadeava sobre quem se atrevesse a opor-se-lhe - a Crise Académica de 1962. Ia, então, nos meus 21 e verdes anos. Como eu, milhares de estudantes, rapazes e raparigas, rebelavam-se, designadamente através da Greve, contra o Medo Estupidificante que condenava o País à visão rural-colonialista de um ditador, inimigo confesso da Democracia. Contudo, havia universitários - não muitos - que, apoiantes, e beneficiários, do regime, protegidos pelos Gorilas, não tinham o menor escrúpulo de trair os seus colegas. Eram os execráveis Fura-greves! Apesar de ABRIL, eles andam, por aí...e têm ideológicos descendentes! Vem isto a propósito - entre outros factos reprováveis - da DECISÃO, da Direcção do SPM, secundada pela sua Lista A (que, esmagadoramente, no dia, e na mesma tarde, da apresentação da sua candidatura, se constituiu em Assembleia Geral, assembleia, "esta", convocada, para o efeito, no limite do prazo estatutário...): NÃO ADERIR À GREVE GERAL, greve apoiada pela FENPROF, da qual, o SPM, faz parte integrante e é seu co-fundador!!! Jamais terei imaginado que, o Sindicato, LIVRE - que, com muitos outros, abnegados e sérios, Colegas, compartilhei o seu nascimento - viesse a comportar-se como um oportunista FURA-GREVES de má memória.!!! Sinto-me - para além de entristecido e revoltado - coberto de vergonha perante os "alguns" Colegas que (nas qualidades de Associado e Delegado Sindical, que, também, tive a honra de ser) terei motivado para consolidar e dar significativa expressão, ao único Sindicato de Professores, digno desse nome. Estou certo de ser acompanhado por muitos outros velhos sindicalistas, desprendidos de privilégios pessoais e de espúrios e efémeros poderes, que não os da vontade da Dignificação Docente e da, consequente, elevação da Educação. Espero, na medida da minha modesta capacidade, poder contribuir para a ultrapassagem do mal que, de boa-fé, se permitiu a danificação do que nos era tão Caro e Honroso.
Penso que o motivo que levou os professores que constituem a
lista B, Alternativa e Ruptura, concorrente às eleições para os corpos gerentes
do Sindicato dos Professores da Madeira, SPM, uma instituição agregadora de
profissionais da Educação e do Ensino com prestígio consolidado entre os
professores e a nossa sociedade foi, acima de tudo, introduzir dinamismo debate
e mudança na cada vez mais necessária e sempre renovada acção sindical, em prol
de uma melhor profissão docente e de uma escola de excelência para todos. É com
amargura que vejo esta mais elementar manifestação de cidadania activa, num
tempo e numa terra de acomodações, individualismos, indiferença, incerteza e
medo de dar a cara por uma causa, ser apodada de querer palco junto dos professores.
Por momentos parece-me estar a assistir a vulgares disputas e troca de fúteis
galhardetes entre outras agremiações da nossa praça, orientadas por outros
objectivos que não os nossos… Julgava eu ser o disputar duma eleição interna,
uma prerrogativa elementar de uma organização, de uma sociedade democrática. O
nosso palco é o estado actual da nossa profissão, da nossa escola, da nossa
vida colectiva, a constante degradação da situação económica, a ameaça de
precariedade, insegurança, desemprego, empobrecimento colectivo, fruto de
percursos políticos locais, nacionais e transnacionais, mas a que ninguém pode
ficar indiferente. O que nos move é o descontentamento perante o que
qualificamos ser demissão, ausência de dinamismo junto dos professores e das escolas,
por parte dos actuais corpos gerentes do SPM. Parece-nos ver o SPM enveredar
por caminhos que beliscam aquela que sempre foi a nossa marca distintiva face
ao poder político institucionalizado nesta região: a nossa autonomia e
independência. Apenas queremos fazer jus a todos os colegas que desde a
primeira hora do nosso sindicato pretenderam fazer desta instituição defensora
dos professores e da Educação, um espaço de debate, de confronto de ideias, de
exercício de democracia, desde as vetustas instalações da Rua da Conceição,
pobres mas ricas de ideais, até ao luxo – mas a que preço! – da Cabouqueira. Apenas
queremos exercer o direito de uma vez constituídos em lista, podermos ter
condições de, em igualdade de circunstâncias, no que ao processo eleitoral diz
respeito, apresentar-nos aos demais colegas associados do SPM, porque é a eles
que cabe a última palavra com o seu voto. E quando assistimos ao inundar das
escolas com propaganda da Lista A, ainda antes do período estatutário para tal
consagrado, desrespeitando as regras definidas, é caso para perguntar: afinal,
quem é que está ansioso por palco?
"Educação tem um valor transversal a toda a sociedade", diz Manuel Martinho Esteves
Miguel Luís Fernandes
Foto: Teresa Gonçalves
O candidato da lista B 'Alternativa SPM', Manuel Martinho Esteves, desafiou esta manhã os órgãos de comunicação social a organizar um debate com os representantes das duas candidaturas à direcção do Sindicato dos Professores da Madeira. “Queremos convidar toda a comunicação social para um debate alargado entre os cabeças-de-lista que se candidatam à liderança do SPM, já que a educação tem um valor transversal a toda a sociedade, interessa aos professores mas não só", afirmou o professor numa acção realizada junto à Escola Básica do 1.º Ciclo e Pré-Escolar da Ajuda.
As eleições no SPM estão marcadas para 16 de Maio. Manuel Martinho Esteves disse que a sua lista propõe "uma outra forma de estar no sindicalismo e de defender a classe docente e sobretudo a qualidade da educação", enquanto a outra lista é "da continuidade".
A
educação é um dos alicerces básicos da sociedade que os governos deverão
empenhar-se por acautelar com seriedade e visão futurista. No nosso país, é
necessária uma célere tomada de consciência, um abrir de olhos, para a
realidade: não há desenvolvimento sem educação!
Enquanto
docente atenta, não posso aceitar o aumento do número de alunos por turma que
vem diminuir as hipóteses de uma consistente diferenciação pedagógica. Será
que, com 26 alunos e mais aqueles que a escola não tenha onde pôr, poderei dar
ensino com QUALIDADE às crianças com necessidades educativas especiais, às que
têm dificuldades de aprendizagem, e ainda, a todos os anos curriculares, uma
vez que é possível ter mais do que um na mesma turma?
Cortes
e mais cortes.
Os
professores de substituição manter-se-ão no próximo ano letivo? Na ausência de
um ou mais professores, muitas famílias ignoram que os seus filhos são
distribuídos por salas já de si sobrelotadas, ficando estes docentes com a sua
planificação alterada e prejudicada a aprendizagem de todas as crianças.
Mesmo
em exercício de funções, o professor de Apoio Pedagógico Acrescido vê muitas
vezes o seu horário alterado para ir, de uma hora para outra, substituir um
colega e os seus alunos perdem o apoio a que têm direito. Porquê a
discriminação das crianças com dificuldades de aprendizagem? Porquê o
desrespeito pelo professor no cumprimento do serviço distribuído?
Em
breve, os docentes irão ter a sua componente letiva aumentada, dissimulada num
intitulado “apoio ao estudo” a ser desenvolvido nas horas não letivas (?).
A
autonomia das escolas do 1ºCiclo é cada vez menor e sempre muito burocratizada.
Não há abertura para a implementação nuclear de novos modelos de organização e
gestão escolar. A aplicação de um novo projeto teria de ser adotada por todas
as outras escolas e isso não seria racional. Não é por acaso que não existem
dois Projetos Educativos iguais.
Não
queremos para os nossos alunos mais aulas depois das aulas. As atividades
extracurriculares devem revestir-se de um caráter essencialmente lúdico e
sempre depois das aulas curriculares. Para tal, é importante sublinhar que o
formato da Escola a Tempo Inteiro merece ser repensado, privilegiando a
componente curricular no turno da manhã.
Somos
PROFESSORES! Exigimos RESPEITO! Isto não será alcançado com cortes nos
salários, redução de recursos humanos e materiais, redução do tempo para
formação, aumento do horário de trabalho, alteração dos regimes de aposentação!
Contudo,
em nossa representação, temos hoje um SPM adormecido, viciado, agarrado a
fantasmas e dinossauros de outras causas e de outros tempos. Incapaz de olhar
em frente e seguir adiante.
Não
exijamos ao poder nacional e local para mudar se não formos capazes de reformar
o que está mesmo ao pé de nós! Apoie a LISTA
B! Faça parte desta Alternativa!
Neste momento “quente” de luta sindical para o SPM-Madeira remexi
nas minhas “preocupações”… e a questão do poder sempre me acompanhou, ora mais
premente, ora mais ténue … e tem sido objecto de reflexão no meu processo
criativo, quer na produção de textos, quer na produção de objectos.
Partilho com todos os professores umas palavras escritas em
2007 (em seu tempo, e em seu contexto!).
Entendo que a ilha é um todo
dentro das partes e é uma parte dentro de um todo, por isso, aqui ou em
qualquer parte geográfica do nosso país, os professores devem colocar as
premissas nas questões fundamentais da EDUCAÇÃO e na realidade profissional da
CARREIRA DOCENTE, exigindo e perspectivando a excelência …
A VACA
SAGRADA
Podium de 4 degraus, Rita Rodrigues, 2007
Atenção!
Atenção: este podium deverá ser construído com quatro degraus. Os
operários não compreendiam. Coçavam a cabeça, reviravam os olhos, cuspiam para
o chão, murmuravam palavras proibidas, mas lá iam construindo o podium com
quatro degraus. Alguns pensaram (com medo do pecado, mas como era em pensamento
tinham a certeza absoluta, dentro da relatividade dos seus dogmas, que ninguém
bufava): por mim até pode ter dez degraus, até pode ser um zigurate (que
chatice ter um subalterno intelectual!). Os deuses tombam!
Os
chefes (todos os que conseguem abrir a boca botam faladura e têm sempre ar de
chefes, embora os galões estejam desbotados e as ordens são, sempre, de somenos
importância) procuravam nos flyers recentes, nos catálogos antigos, nos
folhetos coloridos, nos regulamentos, nas leis (dos deuses e dos homens) e nada
encontravam sobre o bendito podium de quatro degraus! As novidades não
chegam à nossa casa!
Os
administradores (homens actualizados) navegavam na net e perdiam-se em sites
da especialidade (com estas ideias de modernices poderia ser uma coisa
recente). Afinal estamos muito desactualizados!
Os
engenheiros folheavam as velhas sebentas da faculdade (não fosse um modelo
antigo). Os arquitectos dialogavam com o papel e riscavam, riscavam (sempre na
esperança de projectarem um modelo original a ser premiado num país qualquer).
Os historiadores escavavam os maços de papel cheios de formiga-branca (não
fosse uma moda de outros reinados). Os juristas releram todas as leis
universais (na esperança de nunca encontrarem). E nada sobre o podium de
quadro degraus!
Construíu-se
um podium remotamente parecido com o podium dos jogos olímpicos,
dos mundiais, dos regionais, dos dedos invisíveis, dos corpos amortalhados, das
seduções esquecidas, das palavras não proferidas!
Publicitou-se
o podium de quatro degraus nos canais populares, à hora nobre, sob
aplausos e risotas de bocas desdentadas. Um pouco desengonçado, um pouco
atabalhoado, um pouco desequilibrado, construído à pressa, com medo das ideias
brilhantes de outros entes que desejassem inventar novos podiuns com
mais degraus. Ali estava o podium!
As
histórias, as religiões, as leis, as regras, as vontades, os conhecimentos, são
factores de segundo plano. A Vaca Sagrada, a mãe das mães, a mãe dos filhos, a
mãe das leis, a mãe da natureza, a mãe dos podiuns de qualquer
tipologia, dá ordens!
Não
interessa se tem a Ribeira da Vaca 1093 metros de altura (os pobres
sonham sempre tocar no céu!). Não interessa se a casa da vaca é apenas o
estábulo (eliminando os odores tem um calor agradável!). Não interessa se o
Vouga tem a origem do seu nome na vaca ou vacua (isso é fora
deste circuito geográfico e os indígenas dessa zona nem falam francês). Não
interessa se a vaca errada não é regular em dar crias (há sempre umas
mãos disponíveis para massajar as mentes e confortar os espíritos!). Não
interessa a história das vacas magras e das vacas gordas (isso são histórias
sem peso psicológico!). Não interessa se o povo pensa que uma vaca é uma mulher
gorda e disforme, desavergonhada ou puta (coitado, o povo não pensa!). Não
interessa se um dia o faraó teve um sonho com sete vacas gordas e sete vacas
magras a sairem do rio (que se saiba os faraós não falavam línguas estrangeiras!).
Não interessa se a interpretação de Josué sobre o sonho do faraó o levou a
falar de abundância e de miséria (este não é assunto que mereça subsídio de um
fundo qualquer para um curso com um título pomposo!). Não interessa se na
Bíblia a vaca é sacrifício e expiação (esses são sofrimentos para os outros e
não é tema de conferência!). Não interessa se a carne e o leite de vaca são
alimentos permitidos pela lei de Moisés (há sempre outras leis!). Não interessa se a deusa Hattor tem uma cabeça de vaca
(cada um pode ter a cabeça que quiser desde que não cobice o podium de
quatro degraus!). Não interessa se há amuletos em formas de vaca (esses são
vendidos em feiras de rua ou na foire aux puces, há sempre outros
comprados em boutiques com etiqueta de marca!). Não interessa se as
vacas estão (ou vão ficar) loucas (podem ser abatidas mesmo gozando de boa
saúde!). Não interessa se há povos a morrerem de fome enquanto as vacas são
enfeitadas com grinaldas de flores e chifres pintados (há tantos homens que imitam
as vacas!). Não interessa se o estrume de vaca pode ser transformado em energia
(essa coisa de energia de esterco é para os ecologistas!). Não interessa
se não há podium de quatro degraus!
As
Vacas querem imitar a doce ovelha escocesa Dolly. A multiplicação não
ficou restrita à indústria da panificação, estendeu-se aos impostos
(teimosamente pagos por uns), aos concursos (sempre transparentes para todos),
às revistas cor-de-rosa (ora negras, ora douradas, lidas nos WCs), aos debates
(concordantes, 50% SIM, 50% NÃO). E lá vão as dollies a correrem atrás
da sua própria forma: são as francesas Maine-Anjou da região do Loire
que servem para abate; as Blonde d´Aquitaine de Bordéus, de
pele dourada, mas bestas de transporte; as Charoles apelidadas de embaixadoras
de França e únicas a fazerem concorrência às vacas inglesas! E à vaca
portuguesa resta-lhe um prado seco (a água fica em reserva, por segurança
política, na fronteira vizinha) espaço legitimado à introspecção! As vacas (que
querem ser sagradas) organizam-se em debates, mesas redondas, conferências,
programas de rádio, televisão e pedem referendos. Mal dos homens: tantas vacas
à procura de um lugar no podium!
Se
há alguém que merece honrarias de um podium (de quatro ou outro número
qualquer de degraus) é George Orwel pelo seu Triunfo dos Porcos, porque “todos
os animais são iguais mas alguns são mais iguais do que outros”! Abaixo
as revoluções das igualdades (e das quotas!).
Exposição
PODERES E MARTÍRIOS, Galeria Casa das Mudas – Calheta
Primeiro surgiu a distinção entre
áreas disciplinares “estruturantes” e “não estruturantes”, sendo as primeiras
importantes e logo aumentada a sua carga horária. Depois o ataque ao
“facilitismo” e o apelo à mera transmissão de conteúdos. Agora, aparecem os
exames no quarto ano, o aumento do número de alunos por turma, a criação de
turmas de elite, …
Com este tipo de ensino, onde
fica a relação pedagógica, a igualdade de oportunidades, o ensino
individualizado e diferenciado, o respeito pelos discentes enquanto seres
humanos (logo, inteligentes), o direito à educação (que se diz universal)?
Que sociedade estamos a criar? A
Escola suporta Democracias, mas também é o alicerce de regimes autoritários. Não
nos deixemos instrumentalizar, não sejamos – incautamente – parte envolvida
nestas alterações. Não permitamos o regresso ao passado, ao tempo da instrução,
do ensino elitista, da memorização e, consequente, ausência de reflexão, de
opinião e crítica.
Neste contexto, os Sindicatos são
cada vez mais necessários. É urgente uma ação sindical firme, resistente,
preocupada com a Educação e a Felicidade das nossas crianças e jovens. É inevitável
que o Sindicato ouça, reflita e aja de acordo com as políticas que nos são
impostas. É inadiável um Sindicato que lute pela Educação.
Perante isto, pertencer à Lista B
é, antes de mais nada, uma obrigação cívica que se impõe.
Mesmo em campanha eleitoral para o sindicato e achando indecoroso o tardio (já que em três anos nada foi feito) e inoportuno momento (pelo aproveitamento propagandístico da actual direcção que, é muito mais de metade dos elementos da Lista A, ao contrário do que nos querem fazer crer) ...
NÓS SOMOS POR: "UM POR TODOS E TODOS POR UM" de Dumas!!! Vota LISTA B!!
Confesso que tenho andado alheada! Porém o facto de o Sindicato dos Professores da Madeira não aderir à greve geral de 22 de março de 2012, DESPERTOU-ME!
Mas afinal, está tudo bem com a classe docente e com o nosso país? Serão delírios, a usurpação dos nossos direitos adquiridos, os recursos que escasseiam, o emprego precário, o "sabor a miséria", o desespero de muitas famílias, a incerteza "no dia de amanhã"? É caso para perguntar, quem anda a brincar com quem?
E o protocolo com a Escola Francinet (sem querer ser injusta, desconhecida pela maioria de nós?)? E que tal, estabelecer protocolos com a UMa, no âmbito dos 2º e 3º ciclos de estudo, com vantagens para os associados? Fica a sugestão.
De que modo o sindicato tem contribuído para a valorização e visibilidade da Educação Pré-Escolar e Educadores de Infância?
Qual o papel do sindicato? Na minha perspetiva é a defesa intransigente da classe docente e de um sistema educativo educativo de qualidade através de uma RIGOROSA GESTÃO COLEGIAL E TRANSPARENTE!!! É para isso que pagamos quotas! No entanto, parece que navegamos em águas turvas...
Sinto-o como um sindicato sem alma, sem energia.
Parafraseando a escritora Inês Pedrosa, perante a crise é urgente a criatividade e a UNIÃO. Através da união é que vamos conseguir recuperar a credibilidade do sindicato e o seu poder negocial.
Se és sócio adere à "Alternativa SPM", cujo o lema é "resistir, mudar e agir". É constituído por um grupo de docentes movidos pelo espírito sindical ao serviço da classe docente e do sistema educativo!
Em Maio decorrerão as eleições para os corpos gerentes do sindicato, e nós somos a "alternativa", demarcando-se de uma atitude comodista, apática e indolente que se serve desta nobre instituição para fins pessoais!
A legislação da educação devia declarar que a inclusão é um objectivo primordial, assim a política educativa deveria ter em conta os seguintes aspectos:
Ponderar as necessidades de todos os alunos com necessidades educativas especiais, na programação, na formação, na implementação e na avaliação de todas as estratégias educativas
Promover a inclusão e responder às necessidades educativas individuais dos alunos no contexto escolar.
Ser suficientemente flexível para reflectir as necessidades a nível local, as necessidades de cada escola em particular.
Tendo em conta o atrás exposto, a nossa reflexão tem sido insuficiente, pois, cada vez mais as nossas escolas do 2º e 3º ciclos e Secundário, tem mais alunos com necessidades educativas especiais, com vários diagnósticos. A falta de recursos, quer humanos, quer materiais, torna difícil a inclusão dos mesmos.
As formações no âmbito da educação especial ficam muitas vezes aquém da realidade, uma vez que partem do pressuposto que a lista de alunos acompanhados é pequena e que acompanhamos apenas aqueles contemplados no decreto-lei 3/2008 de 7 de Janeiro, no entanto, com o decreto-lei legislativo regional 33/2009 de 31 de Dezembro os alunos abrangidos são em maior número, o que dificulta a verdadeira inclusão.
Agora com a escolaridade obrigatória até aos 18 anos, torna-se de todo impossível encontrar respostas, dada a conjuntura e a disponibilidade de abranger os alunos “alvo”, que salva-guarde as necessidades reais dos encarregados de educação atendendo a que a primeira responsabilidade é destes últimos. No entanto, verifica-se que estes cada vez mais se demitem da sua responsabilidade PATERNAL.
A Educação "é uma coisa Social" (Durkheim), por isso, o dinamismo do processo educacional contribui para o desenvolvimento das experiências sociais, quer no "eu colectivo", quer no "eu individual". Só um desejo colectivo e uma vontade política permitirão a consciencialização, mobilização e participação dos indivíduos na mudança onde seja aproveitado o “potencial criativo de cada um de nós” (Feather) e o potencial criativo da colectividade, de modo a ser possível afirmar que VALOR = coexistência humana.
Sou professor há 37 anos. Comecei a fazer sindicalismo nas comissões sindicais em 1975, conjuntamente com o colega Trancoso e muitos outros que estão aposentados ou faleceram. Foi um período de empenho,garra, determinação e força para fundar o atual SPM. Muita luta travei com muitos outros colegas. Sou Cofundador do SPM. Sou do SPM e serei sempre. Durante todo este tempo estive na luta. Nunca vir...ei a cara à luta.Nunca me servi do lugar de dirigente para atingir fosse o que fosse. Fui sempre livre.Quero prestar a minha homenagem a todos aqueles que deram a sua vida ao SPM, mas não posso deixar de dizer que há dirigentes que estão no SPM há muito tempo e que têm que dar lugar à nova geração. É a mais nobre atitude que fazem.Precisamos de " gente" com empenho, determinação , resistência e ação para agirem em conformidade com os novos desafios da Educação no nosso País. Aos colegas que aceitaram fazer parte da lista B o meu apoio e parabéns. Força!
Sou um sénior aposentado ainda sindicalizado, numa altura em que a direção do sindicato chegou ao fim do mandato e há que escolher o seu sucessor. É aqui que surge a lista B.
Terá legitimidade em apresentar-se esta lista B? Podia muito bem aparecer uma C ou ainda uma D, etc. Nos tempos que vivemos, já nos contentamos, só com a lista B! Sem uma lista B, que vai trazer mudanças, não havia necessidade de eleições, quando muito um simulacro de eleições, com uma lista B já derrotada à partida, sem vontade de vencer. Aquela lista B tem, portanto, toda a legitimidade de existir porque tem um corpo diretivo que me inspira confiança.
Desde há três anos, quando das últimas eleições que, ela tem vindo a crescer pois aprenderam com os erros que cometeram, e ainda mais, com os erros que os outros não quiseram admitir. Aprender a SER leva-nos a definir um sonho; trabalhar com entusiasmo, estou a FAZER esse sonho acontecer; só então, TER de disfrutá-lo.
Na minha opinião perde-se muito tempo a enumerar os defeitos que há em cada escola: o elevado número de alunos por turma e a indisciplina que pode gerar-se aí; a realização de exames ou não; o empenhamento dos encarregados de educação pelo aproveitamento dos alunos. Problemas, problemas e mais problemas. São problemas sem soluções. A lista B vai equacioná-los e encontrar soluções. A lista B quer ser independente porque só assim poderá realizar as tarefas a que se propôs. O pior é que para fazer tudo isto é preciso dinheiro. E lá se vai a independência! O recurso às instâncias superiores, pouco ou nada resolvem porque, se debatem também, com problemas de tesouraria.
"No mundo desenvolvido, o maior problema consiste em repor os estragos provocados pelo sistema de segurança social", estou citando o que li no livro 'O banqueiro dos pobres' de Muhammad Yunus, que desenvolveu a ideia de um tipo de ajuda aos pobres, diferente do tradicional. O seu tipo de ajuda através dos microcréditos nasce quando ele põe em prática os fundamentos doutrinários que deram origem ao Banco Grameen. O Banco Grameen poderia concretizar o sonho da lista B. Ou estou eu para aqui a gozar com isto tudo!
Lista B propõe "ruptura a 100%" no Sindicato dos Professores
Actualizado em 14 de Abril, às 12:57
FOTO TERESA GONÇALVES
A Lista B encabeçada por Manuel Martinho Esteves apresentou esta manhã a sua candidatura de alternativa à coordenação do Sindicado de Professores da Madeira (SPM), propondo uma “ruptura a 100%” com a actual estrutura, à qual lançou duras críticas.
“Não nos revemos na exiguidade e pouca diversidade formativa do nosso sindicato e também não podemos aceitar que este se reduza apenas a mais um centro de formação, mais um promotor na aquisição de bens e serviços, ou a pouco mais que uma empresa de construção civil e obras públicas, num triénio que se revelou tão doloroso para a educação e para os docentes”, afirmou o candidato a coordenador do SPM da lista B, que acusou a actual estrutura de manter os professores “distraídos e desmobilizados”.
“Não devemos favores ao poder político regional ou nacional, não produzimos demissões selectivas de dirigentes de topo, mandato após mandato”, distancia-se assim a Lista B que se assume como uma “equipa genuinamente sindical”, sem uma coordenação partidariamente identificada e que quer afirmar o seu projecto sindical no campo reivindicativo. “É também aí que de longe nos distinguimos dos nossos concorrentes”, sustenta.
A eliminação da prova de acesso à carreira, a viabilização de um protocolo de parceria privilegiada de formação com a Universidade de Madeira e a exigência de uma efectiva negociação do estatuto da carreira docente, são algumas das 12 prioridades da lista encabeçada por Manuel Martinho Esteves, para o próximo triénio.
A ‘Alternativa SPM – Lista B’ é composta pelos seguintes candidatos: Manuel Martinho Esteves, coordenador; Ana Magalhães, vice-coordenadora; João Sousa, mandatário; Júlia Caré, presidente da Assembleia Geral; Gabriela Relva, presidente do Conselho Fiscal.
"Alternativa SPM" candidata-se à direcção do sindicato
Apresentação fez-se hoje e tem Martinho Esteves como cabeça de lista
Artigo |
“Alternativa SPM” é como se intitula a Lista B candidata à direcção do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM), que hoje fez a sua apresentação pública, no auditório da sede do sindicato. «Não somos uma pseudo-renovação, somos uma ruptura a 100%» começou por dizer o cabeça de lista desta candidatura que disse que a Lista B «não pode aceitar que o sindicato se reduza a mais um centro de formação» e, por isso, propõe uma «equipa dinâmica, rejuvenescida, independente, de educadores e professores oriundos da escola, sem vícios de gabinete, para dar voz aos problemas que afectam os docentes na Região». A negociação do Estatuto da Carreira Docente Regional, que «respeite todas as especificidades da profissão», a «eliminação da prova de acesso à carreira» e a reivindicação da contagem integral do tempo de serviço para a progressão na carreira, congelado em Agosto de 2005 são algumas das prioridades desta lista.
Caras e caros educadoras e
educadores, caras e caros professoras e professores da Madeira e do Porto
Santo, muito particularmente, sócios do SPM.
É com enorme satisfação que
apresentamos publicamente, no dia de hoje, este nosso projecto sindical “Alternativa
SPM” – Lista B.
Assumimo-nos como uma equipa
genuinamente sindical, composta por colegas com uma irrepreensível experiência
no SPM.
É no campo reivindicativo que um
projecto sindical se afirma e avalia e é também aí que de longe nos distinguimos
dos nossos concorrentes.
Não fingimos ser quem não somos:
Não temos uma coordenação
partidariamente identificada;
Não temos membros com relações de
cumplicidade com a tutela;
Não devemos favores ao poder
político regional ou nacional;
Não produzimos demissões
selectivas de dirigentes de topo, mandato após mandato;
Não nos escondemos atrás da
imagem de colegas menos atentos para nosperpetuarmos;
Não personalizamos culpas que são
produto de decisões colegiais;
Não ludibriámos com o argumento
de sermos lista única ou renovação;
Não somos uma pseudo-renovação,
somos uma ruptura a 100%;
Não temos medo de regressar à
escola, é lá que nos realizamos;
Não temos interesses instalados,
nem queremos ter;
Não somos produtores de
difamação, apresentamos factos;
Não somos juízes em causa
própria, queremos estatutos dignos, isentos e independentes;
Não fazemos campanha fora de
tempo, nem temos todo o tempo livre para o fazer porque somos docentes;
Somos por uma ruptura séria com a
orientação sindical vigente, de um sindicalismo fechado na Sede, de um
sindicalismo de privilégios face à classe que deve representar.
Senão vejamos o abandono a que os
docentes se sentem votados pelo seu Sindicato, quase o confundindo com um
centro de formação, com uma empresa de construção e nalguns casos com um clube
de amigos. Vejamos o exemplo da avaliação extraordinária que premiou os
dirigentes sindicais com um excelente de desempenho docente.
Somos por um sindicalismo
independente de forças partidárias e isento de cumplicidades e inaugurações que
em nada abonam em favor da imagem de transparência desta honorável instituição.
Não nos revemos na exiguidade e
pouca diversidade formativa do nosso sindicato e também não podemos aceitar que
este se reduza apenas a mais um centro de formação, mais um promotor na
aquisição de bens e serviços, ou a pouco mais que uma empresa de construção
civil e obras públicas num triénio que se revelou tão doloroso para a Educação
e para os docentes
Mantiveram-nos distraídos e
desmobilizados num período em que tudo de mau aconteceu ao país e
particularmente à classe docente.
Os Docentes da Madeira e Porto
Santo vêm realizando desde sempre um trabalho ao nível do mais notável,
competente, responsável e eficaz que se realiza no país e na região em
particular.
Os Docentes da Madeira e Porto
Santo são profissionais de elevada qualificação que merecem o reconhecimento e
a dignificação social, política e económica pela sua actividade em prol da
comunidade.
Os Docentes da Madeira e Porto
Santo, no seu local de trabalho, merecem, de toda a sociedade e em particular
das entidades com responsabilidades ao nível da segurança, toda a colaboração e
apoio, primordialmente no momento em que se expande para os 12 anos a
escolaridade obrigatória.
Os Docentes da Madeira e Porto Santo
merecem, também dos poderes democraticamente eleitos uma atenção muito especial
e autêntica, por serem a única profissão que está presente na formação de todos
os cidadãos sem excepção, num Estado de Direito.
Sem os docentes, depositários de
saber e qualificados para a transmissão deste, não há verdadeiras sociedades
modernas e democráticas e não se pode sequer falar de uma VERDADEIRA EDUCAÇÃO.
Propomos uma equipa dinâmica,
rejuvenescida, independente, de educadores e professores todos oriundos da
Escola, sem vícios de gabinete, para dar voz aos problemas que afectam todos os
docentes da RAM e defender a causa da Educação.
Contamos com a colaboração de
pessoas com vasta e credível experiência, em matéria de sindicalismo, pessoas que
desiludidas com o nosso actual panorama sindical abraçaram este projecto de
Revitalização do nosso Sindicato. Pessoas que souberam ao seu tempo abraçar a
defesa dos docentes e da Educação. São colegas que, no Sindicato e nas escolas
deram reconhecidas provas de dedicação à causa sindical da educação, como
dirigentes, delegados sindicais e docentes atentos e interventivos na defesa
dos direitos e legítimos interesses da classe docente. Colegas que desde a
primeira hora estiveram, estão e sempre estarão com o SPM.
Contamos também com um grande
número de sócios, de uma nova geração, que têm para si o sindicalismo como mais
activo, mais interventivo, mais mobilizado e mobilizador, menos estático, menos
acomodado, que aderiu a este projecto pela sua seriedade e ambição.
Será para nós uma satisfação, a
oportunidade de trabalhar com uma “escola” sindical como a FENPROF e poder
contar com o apoio do colega Mário Nogueira, a quem reconhecemos a maior
verticalidade sindical pela experiência e traquejo negocial evidenciados.Foi,
por exemplo, a sua denúncia relativamente à exclusão dos docentes que exercem
funções na RAM dos concursos nacionais, que fez com que a Secretaria da
Educação iniciasse negociações com o respectivo ministério e que, ao que
consta, levou a que essa discriminação esteja quase sanada.
Temos para nós como prioridades
máximas:
- Viabilizar um protocolo de
parceria privilegiada de formação com a UMa, que envolva a formação contínua e
acesso aos cursos de 2.º e 3.º Ciclos de Estudos (mestrados e doutoramentos),
no âmbito do Processo de Bolonha.
- Desenvolver uma defesa
intransigente de um modelo de avaliação coerente, exequível e útil a uma
EDUCAÇÃO DE QUALIDADE.
- Exigir uma efectiva negociação
do Estatuto da Carreira Docente Regional, que satisfaça a realidade educativa
da RAM, que dignifique e valorize o exercício da docência em todos os graus de
ensino e que garanta a intercomunicabilidade com os restantes estatutos do
país.
- Promover um estatuto que
respeite todas as especificidades da profissão e os tempos necessários para as
obrigações formais dos docentes, nomeadamente em termos de trabalho extra-aula
e da formação.
- A eliminação da prova de acesso
à carreira.
- Lutar pela EXCELÊNCIA da escola
pública e pela DIGNIFICAÇÃO das condições de trabalho dos docentes do ensino
particular e cooperativo, cuja missão no cumprimento da PLURALIDADE DEMOCRÁTICA
da nossa sociedade é indispensável.
- Opor-nos à elevada
burocratização e funcionarização de que os docentes da Educação Especial são
presentemente alvo.
- Proceder a um alargado debate e
consequente revisão dos estatutos do nosso Sindicato, com vista à promoção de
uma maior democratização e transparência do processo eleitoral.
- Apoiar e promover actividades
de âmbito cultural e outras que envolvam a participação activa dos nossos
sócios aposentados.
- Revalidar a reivindicação da
contagem integral do tempo de serviço para progressão na carreira, congelado em
Agosto de 2005.
- Manter a determinação na defesa
de um modelo de gestão DEMOCRÁTICA das escolas.
- Garantir a estabilidade do
corpo docente nas escolas, promovendo uma política de vinculação aos quadros
dos docentes contratados, para o provimento de necessidades permanentes dos
estabelecimentos de ensino/educação.
Empenhar-nos-emos por todos unir e
envolver em torno de todas e cada uma das lutas SINDICAIS que pretendemos levar
a cabo.
Assumimos aqui perante todos, uma
atitude de sincero serviço aos docentes da Madeira e do Porto Santo e pedimos a
todos, sem excepção, sócios e não sócios, que se unam com determinação em torno
das reivindicações sindicais, para que neste momento de grandes ataques aos
direitos na vida de todos, mas em particular na vida dos docentes da Madeira e
do Porto Santo, possamos responder eficazmente e mostrar que não cederemos e
que, pelo contrário, estamos determinados a lutar por esses direitos.
Não basta lamentarmo-nos perante
a inoperância do SPM! É preciso agir e dar a oportunidade à Alternativa SPM de
recuperar a imagem de credibilidade, independência e coragem na defesa da
classe docente e da Educação!
Aproveito a oportunidade para
lançar um repto à Comissão Eleitoral do SPM e à Comunicação Social para que
promovam debates entre os cabeças-de-lista a estas eleições, a fim de que os
associados e a opinião pública em geral fiquem devidamente elucidados sobre as
propostas de cada uma das listas, acompanhando esclarecidamente o acto
eleitoral de um dos sindicatos mais importantes da RAM.
VIVA OS DOCENTES DA RAM, VIVA O
SPM, VIVA A LISTA B!
"O SPM tem de ser um espaço de debate plural onde não cabem favorecimentos partidários"
A opinião é do candidato pela "Alternativa SPM"
Sara Silvino
Tribuna da Madeira - Quais são os principais objectivos alcançar caso a “Alternativa SPM” vença a liderança do sindicato?
Manuel Esteves - A Alternativa SPM é um projecto honesto de revitalização e dignificação da imagem desgastada que o Sindicato dos Professores da Madeira vem adquirindo nos últimos anos, mais acentuadamente no triénio que agora finda. A força reivindicativa perdida pelas diversas formas de cumplicidade política, assumidas pela equipa cessante e que se transfere agora para a lista A, a da continuidade, deve ser recuperada a bem dos docentes e da Educação na RAM. Pretendemos assim o reconhecimento social, político, económico e cultural, de todo um conjunto de profissionais altamente qualificados que são responsáveis pela educação de toda uma sociedade que pretendemos mais justa, livre e solidária.
Envolver os sócios e devolver-lhes o direito a uma participação activa, que é própria da actividade sindical, fará do SPM o sindicato de referência que foi no passado. Queremos que as escolas voltem a ser o espaço privilegiado do debate sindical e não apenas reduzi-lo a um sindicalismo burocrático-administrativo centrado na sede da Cabouqueira.
TM- O vosso lema é “RESISTIR, MUDAR E AGIR: PEL@S DOCENTES DA MADEIRA E DO PORTO SANTO”. Numa mensagem que recebemos recentemente, via email, referia que a “Alternativa SPM não se quer identificar com a actuação do passado recente que considera de ERRADA, INEFICAZ, POUCO TRANSPARENTE e FRAGILIZADA pelos comportamentos POUCO DIGNIFICANTES dos actuais dirigentes sindicais que deviam gerir e lutar pelo interesse comum de toda uma classe docente”. O que quer dizer em concreto com isso?
ME - Os tempos que vivemos são de uma injustiça social e de uma dureza económica que vai exigir dos professores uma atitude de resistência, uma vontade de mudança e a determinação de agir. Neste contexto não nos podemos compadecer com as atitudes que recentemente observámos na direcção do nosso SPM e que são fragilizadoras duma postura negocial firme e coerente. A avaliação extraordinária de desempenho de Excelente “oferecida” pela tutela aos dirigentes sindicais merece-nos o maior repúdio. O dirigente sindical deve assumir, nestas situações, uma postura de humildade e serviço a toda a classe que não o beneficie nem prejudique. Não é sério que este possa retirar proveitos de topo da sua privilegiada posição negocial, quando aos professores e educadores da RAM que no dia-a-dia das escolas labutam por uma educação de qualidade enfrentando todas as dificuldades com que a escola actual se depara (a indisciplina, a violência, a falta de meios, a incompreensão das famílias), lhes tenham sido impostos critérios difíceis de atingir para obter a mesma classificação.
TM - E no que é que deverá focar a avaliação dos docentes?
ME - A avaliação dos docentes tem de estar centrada no acto educativo e na escola. Esta rasteira negocial, em que os dirigentes sindicais do SPM caíram, havia já sido armada nas mesas negociais da FENPROF, mas não encontrou terreno fértil à sua aplicação, tendo sido liminarmente rejeitada e, então, denunciada por Mário Nogueira.
A inauguração da actual sede da Cabouqueira em pleno período de campanha eleitoral pareceu-nos de todo inoportuno, pela colagem partidária que perpassou. O SPM tem de ser, e assim o pretendemos, um espaço de debate plural onde não cabem quaisquer favorecimentos partidários.
TM- Como classifica o trabalho realizado em prol da classe pela, ainda, presidente do SPM, Marília Azevedo?
ME - O trabalho sindical de décadas da colega Marília Azevedo é meritório e reconhecido, mas não nos conseguimos rever no trabalho da equipa que esta ainda coordena e que tem assumido, no último mandato, um rumo desviante da defesa dos professores e educadores e da Educação. A ausência de visitas periódicas às escolas, o esvaziamento dos espaços próprios de audição e debate dos professores, a fraca e pontual informação produzida sobre as negociações e o seu decurso, a pobre sensibilização para uma participação sindical activa, a diminuta e pouco diversificada oferta do Centro de Formação e um atendimento aos sócios nem sempre adequado, transformou a actual direcção num grupo de sindicalistas de gabinete, distantes da realidade educativa regional, produzindo um sentimento de abandono junto dos professores e educadores da Madeira e do Porto Santo.
Coordenador - Manuel Martinho Gomes Esteves (3.º Ciclo e Secundário)
Vice-coordenadora - Ana Lurdes Dias Pacheco Magalhães (1.º Ciclo)
Pré-escolar
Efectivos: Dília Maria Ornelas Freitas Isabel Maria Gouveia Santos Lucybel Jardim da Silva Maria Carmina Abreu Almada Berimbau Maria José Freire da Cunha
Suplentes: Maria Célia Alves Pinheiro Miguel Carla Maria da Silva Neto Elizabeth Gonçalves Vieira de Abreu
1.º Ciclo do Ensino Básico
Efectivos: Constantino Álvaro Ribeiro da Silva Teles Emília Patrícia Mendonça Spínola Liliana Maria Pereira Fernandes Luís Maria Isabel da Silva Gonçalves Mónica Maria Veríssimo Vieira
Suplentes: Lília Ismaelda Timóteo da Costa José Albano da Silva Oliveira Graça Maria Gonçalves Reis
2.º Ciclo do Ensino Básico
Efectivos: Gonçalo Francisco Teixeira Ramos Maria Lígia Nunes Pestana Melo Lopes Maria Margarida Relva Gonçalves Paulo Sérgio Gouveia Freitas
Suplentes: Ana Maria Rodrigues Bonito Luís Miguel Gonçalves Lopes Manuel Cláudio Vitúrio Baptista Maria Conceição Gouveia Spínola Fernandes
3.º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário
Efectivos: Ana Margarida Esperança B. Salgueiro Rodrigues Ana Paula Teixeira de Almeida Isabel Rute Duarte Rito da Silva Cardoso João Manuel Ramos Sousa Sílvio Martim Barreto Freitas
Suplentes: Lídia Fernandes de Jesus Sara Maria Goes Rebola de Sousa Rui Miguel de Melo Lopes Desidério Macedo Sargo Lúcia da Conceição Faguido Pássaro
Educação Especial
Efectivos: Magda Cristina Betencourt Gonçalves Maria Fernanda Gouveia Martins
Suplentes: Isabel Maria Salvado Silva Pinto Correia
Ensino Particular e Cooperativo
Efectivos: Jorge Maggiore Mónica Alexandra Carvalho Filomena Augusta de Castro Crisóstomo
Suplentes: João Carlos Nunes Sequeira da Costa Nubélia Maria Abreu Fernandes
Aposentados
Efectivos: Lúcia Maria Jardim Gomes Ferreira Manuel João Pereira Esteves Maria Isabel S. Correia N. Fino Mário Manuel Mammerickx Trindade
Suplentes: Maria Conceição Pereira Maria Ângela Figueira Costa Ornelas Gonçalves Maria João de Spínola Faria
Na sequência do processo
eleitoral que se avizinha a Alternativa SPM, um grupo de sócios atentos e
sensíveis às questões sindicais, deste grande sindicato a que todos
pertencemos, vem propor um projecto de RENOVAÇÃO e MUDANÇA que é uma VERDADEIRA
RUPTURA com o modelo em curso.
O momento mais difícil da luta
sindical é o da persistência, o ânimo para continuar a lutar, mas é também a
razão de ser do sindicalismo. Se a esta dificuldade juntarmos a escolha da
equipa errada, encontramos a decepção, o desalento, a desmobilização. Por todos
e com todos não abundam os que se voluntariam, mas a liderança sindical não é
uma estirpe que se quer fazer crer que existe desde sempre. Compete a todos e a
qualquer um de nós o assumir a bandeira do descontentamento, o momento de dizer
basta e mudar de rumo.
Com o lema “RESISTIR, MUDAR E
AGIR: PEL@S DOCENTES DA MADEIRA E DO PORTO SANTO”, a Alternativa SPM não se
quer identificar com a actuação do passado recente que considera de ERRADA,
INEFICAZ, POUCO TRANSPARENTE e FRAGILIZADA pelos comportamentos POUCO
DIGNIFICANTES dos actuais dirigentes sindicais que deviam gerir e lutar pelo
interesse comum de toda uma classe docente.
A CUMPLICIDADE entre a tutela e o
sindicato merece da Alternativa SPM a mais veemente desaprovação. Obter
proveitos de topo à custa de uma posição alicerçada na confiança de toda a
classe docente como sucedeu na Avaliação Extraordinária, não nos parece muito
ético, digno e íntegro.
A presença, em véspera de
eleições legislativas regionais, do principal candidato do partido do Poder, na
inauguração da nova sede do SPM, para a Alternativa SPM é no mínimo INACEITÁVEL
e COMPROMETEDORA da imagem de independência, isenção e transparência por que
primaram sempre os pergaminhos do nosso sindicato.
A Alterativa SPM entende que o
ISOLAMENTO em que se colocaram os membros da direcção, particularmente a comissão
executiva do sindicato de todos nós, serve em primeiro lugar os interesses
governativos da tutela que, mantendo os PROFESSORES REFÉNS e DESINFORMADOS, age
de modo impune e sem a contestação devidamente organizada de uma classe tão
forte e economicamente atacada no actual momento.
Para a Alternativa SPM a muito
baixa frequência de plenários, quer de consulta aos sócios como de
esclarecimento, tem vindo a produzir uma desmobilização sem precedentes n@s
docentes de Madeira e Porto Santo, bem como algumas manifestações de
DESCONTENTAMENTO, como o Manifesto do Porto Santo e as contínuas
DESSINDICALIZAÇÕES, inclusive de muitos dos “históricos” fundadores desta nobre
instituição que é o nosso sindicato.
A Alternativa SPM sabe que dirão
os mais benévolos que se ergueu uma sede. A PREBEL construiu a nova sede e
centro de formação do SPM, porque não podemos aceitar que, em qualquer momento,
se possa conceber o SPM como uma empresa de construção e obras públicas.
Contudo a César o que é de César e nunca, em momento algum, se poderá retirar a
iniciativa de tal empreendimento à colega Marília Azevedo, sob pena de se
faltar à verdade.
A Alternativa SPM quer, isso sim
e em nome da verdade, homenagear todos aqueles que são efectivamente os
obreiros da nossa sede e centro de formação, ou seja, todos os sócios que,
desde o longínquo ano de 1978, fundaram esta honorável instituição até aos
actuais e futuros sócios que sustentam e continuarão a sustentar o seu
funcionamento. De realçar, ainda, a participação dos contribuintes europeus
através do programa comunitário de apoio que subsidiou o centro de formação.
Na presente conjuntura
apresenta-se como preocupante, à Alternativa SPM, a situação de CAPITULAÇÃO em
que nos encontramos face ao poder político, arriscando-nos a ENVERGONHAR as
várias gerações de dedicados sócios que tanto deram de si e lutaram para conquistar
os direitos que usufruímos, bem como a nós mesmos por não termos sido capazes
de manter e aperfeiçoar tão significativo legado de conquistas laborais.
As conquistas são isso mesmo,
produtos da luta, da resistência, nunca favores, ofertas, brindes. Para a
Alternativa SPM se hoje temos uma profissão digna, à luta de gerações de
educadoras e educadores e de professoras e professores que nos antecederam o
devemos. Se julgamos conseguir travar o ataque de que somos presentemente
vítimas sem “luta”, determinação e resistência, desenganem-se os mais ingénuos.
A Alternativa SPM considera:
@s Docentes da Madeira e Porto
Santo vêm realizando desde sempre um trabalho ao nível do mais notável,
competente, responsável e eficaz do que se realiza no país e na região em
particular.
@s Docentes da Madeira e Porto
Santo são profissionais de muito elevada qualificação que merecem o
reconhecimento e a dignificação social, política e económica pela sua
actividade em prol da comunidade.
@s Docentes da Madeira e Porto
Santo, no seu local de trabalho, merecem, de toda a sociedade e em particular
das entidades com responsabilidades ao nível da segurança, toda a colaboração e
apoio, primordialmente no momento em que se expande para os 12 anos a
escolaridade obrigatória.
@s Docentes da Madeira e Porto
Santo merecem também, dos poderes democraticamente eleitos uma atenção muito
especial e autêntica, por serem a única profissão que está presente na formação
de todos os cidadãos, sem excepção, num Estado de Direito.
Por fim salientar que sem @s
docentes, depositários de saber e qualificados para a transmissão deste, não há
verdadeiras sociedades modernas e democráticas e não se pode sequer falar de uma
VERDADEIRA EDUCAÇÃO.
A Alternativa SPM propõe:
Propomos um sindicato devolvido
aos sócios com autênticas consultas regulares e informações periódicas em tempo
útil, sobre questões de orientação sindical e negociações em curso,
respectivamente.
Desenvolveremos uma formação ao
mais alto nível e com uma diversificação tão vasta, que abranja todos os grupos
e sectores de docência.
Procuraremos viabilizar um protocolo
de parceria privilegiada de formação com a UMa, que envolva a formação contínua
e acesso aos cursos de 2.º e 3.º Ciclos de Estudos (mestrados e doutoramentos),
no âmbito do Processo de Bolonha.
Realizaremos campanhas de
formação e sensibilização no âmbito da política sindical, nomeadamente de
recuperação de ex-sócios e de novos sócios, alertando para a importância do associativismo
sindical.
Disponibilizaremos uma verdadeira
assistência de elevado profissionalismo e simpatia, tanto no atendimento
quotidiano como ao nível das respostas que desejaremos sempre as mais adequadas
no âmbito do apoio jurídico.
Optaremos por uma “luta” firme no
reposicionamento de todos os colegas nos escalões correspondentes da nova
carreira.
Desenvolveremos uma defesa
intransigente de um modelo de avaliação coerente, exequível e útil a uma
EDUCAÇÃO DE QUALIDADE.
Promoveremos um estatuto que respeite
todas as especificidades da profissão docente e os tempos necessários para as
obrigações formais dos docentes, nomeadamente em termos de trabalho extra-aula
e da formação.
Somos inteiramente pela
eliminação da prova de acesso à carreira.
Somos incondicionalmente pela
EXCELÊNCIA da escola pública e pela DIGNIFICAÇÃO das condições de trabalho d@s
docentes do ensino particular e cooperativo, cuja missão no cumprimento da
PLURALIDADE DEMOCRÁTICA da nossa sociedade é indispensável.
Opor-nos-emos à elevada
burocratização e funcionarização de que os docentes da Educação Especial são
presentemente alvo.
Procederemos a um alargado debate
e consequente revisão dos estatutos do nosso sindicato com vista à promoção de
uma maior democratização e transparência do processo eleitoral.
Apoiaremos e promoveremos actividades
de âmbito cultural e outras que envolvam a participação activa d@s noss@s
sóci@s aposentad@s.
Revalidaremos a reivindicação da
contagem integral do tempo de serviço para progressão na carreira, congelado em
Agosto de 2005.
Manteremos a determinação na
defesa de um modelo de gestão DEMOCRÁTICA das escolas.
Exigiremos uma efectiva
negociação do Estatuto da Carreira Docente Regional que satisfaça a realidade
educativa da RAM que dignifique e valorize o exercício da docência em todos os
graus de ensino.
Tudo faremos para garantir a
estabilidade do corpo docente nas escolas, promovendo uma política de
vinculação aos quadros dos docentes contratados para o provimento de
necessidades permanentes dos estabelecimentos de ensino/educação.
Empenhar-nos-emos por todos unir
e envolver em torno de todas e cada uma das lutas SINDICAIS que pretendemos
levar a cabo.
Pugnaremos, em nome da unidade
sindical, por uma participação activa, livre e consequente nos órgãos da FEDERAÇÃO
NACIONAL DE PROFESSORES (FENPROF), a maior associação de docentes do país e nos
órgãos da CONFERERAÇÃO GERAL DOS TRABALHADORES PORTUGUESES – INTERSINDICAL
NACIONAL (CGTP-IN), a maior confederação de sindicatos nacional, em prol de uma
força reivindicativa capaz de enfrentar e encontrar soluções para a actual
conjuntura de ataque aos direitos laborais de todos os trabalhadores
portugueses.